Ingredientes do NCo CLC

Areia: As propriedades ideais são obtidas através da selecção da matéria-prima mais adequada (areia, cimento). Preferencialmente: areia (redonda) do rio, lavada e com um mínimo de 20% de finos. Tal como no betão convencional (BC), a areia deve estar isenta de matéria orgânica e de outras impurezas.

Cimento: É dada preferência ao cimento Portland em vez de outros cimentos, tal como o cimento pozolânico. Para uma descofragem rápida e propriedades mecânicas ideais, é aconselhável um cimento de alta qualidade (de alta resistência inicial). Caso seja uma opção económica, poderá adicionar-se cinza volante à mistura para substituir algum cimento.

Água: Quando a água é usada para formar espuma, esta deve ser potável e de modo a obter-se o melhor desempenho não deverá exceder uma temperatura de 25 °C. A água para a preparação da mistura tem de cumprir os requisitos gerais relativos ao betão.

Agente espumante NCo: Os recipientes que contenham agente espumante devem ser estanques ao ar e conservados a uma temperatura não superior a 25 °C. Assim, o prazo de validade está garantido por um período de 24 meses a contar da data da factura.

Processo de produção

Preparação de moldes

Para obter superfícies suaves, limpe os moldes removendo totalmente os resíduos de betão; a superfície de aço/madeira deve ser lubrificada/encerada.

As armaduras de aço serão colocadas nos moldes como habitualmente. Não é necessário o revestimento do aço. Nos painéis com uma espessura superior a 12-15 cm, recomendamos a utilização de malha dupla (100 x 100 ou 150 x 150 mm).

O aço ligado às âncoras de elevação deve alcançar mais de metade da largura do painel e, se possível, não deve ser ligado à malha. O aço comum é usado como no BC para a moldagem de densidades de 1200 ou superiores. A elevada proporção de cimento em relação ao material em NCo CLC assegura a devida protecção do aço contra a corrosão.

O aço embutido deve ser coberto por, no mínimo, 25 mm de cimento. Recomenda-se o uso de espaçadores. Para evitar a fissuração durante a elevação/inclinação, as barras de aço podem ser colocadas nas âncoras.

Colocação dos materiais, mistura e vazamento

Antes de colocar os materiais na betoneira, esta deve ser lavada, em especial se no betão produzido anteriormente tiver sido usado algum aditivo que possa causar alguma reacção adversa na espuma. Para se obter um desempenho ideal, coloca-se primeiro a areia na betoneira, absorvendo primeiro a água que restou após a lavagem ou da mistura (de NCo CLC) anterior.

Continue a misturar, até que a mistura obtenha uma cor homogénea.

As densidades recomendadas são secas em estufa, através da secagem da mistura durante 24h a 105 °C. Antes de adicionar espuma, a proporção de água/cimento (a/c) da argamassa deve ser no mínimo de 0,35. Qualquer proporção inferior pode fazer com que o cimento extraia água da espuma, causando o colapso parcial ou total, aumentando a densidade e reduzindo o rendimento.

O peso da espuma deve ser no mínimo de 80 g/l. Utilize um recipiente com um volume o mais próximo possível de 10 litros para verificar regularmente o peso (densidade).

Após o ajuste correcto, o gerador de espuma manterá a consistência estável, enquanto o abastecimento de ar e água se mantiver também constante. Recomendamos mesmo assim que verifique o peso da espuma uma vez por semana ou se a densidade/consistência da mistura variar.

As betoneiras de gravidade (por exemplo, betão pronto) fazem descer a espuma quase instantaneamente e distribuem-na homogeneamente na mistura. Demora mais tempo a obter uma distribuição adequada na utilização de betoneiras de eixo vertical (pan mixers) ou betoneiras semelhantes. Entre os vazamentos, a betoneira deve ser mantida em movimento até que seja totalmente esvaziada.

O NCo CLC deve ser sempre vazado no menor tempo possível. Se forem usados baldes para encher os moldes, estes devem receber a quantidade máxima possível de NCo CLC, vazando se possível um painel completo de uma só vez. Um espaço de tempo prolongado entre os vazamentos de um membro do edifício pode resultar na criação de juntas secas, tal como também acontece no caso do betão corrente.

Embora o NCo CLC não necessite de vibração – pelo menos não para densificar a mistura – que é líquida de qualquer forma, a vibração de painéis produzidos horizontalmente apresentará uma superfície ainda melhor, movendo a calda de cimento para os lados do molde. É dada preferência a vibradores de alta frequência. A duração da vibração deve ser de 15-20 segundos ou até ao aparecimento de numerosas bolhas à superfície. Use réguas de alumínio ou outro tipo de régua recta e de arestas vivas para nivelar imediatamente após o vazamento do betão. Um nivelamento tardio pode “manchar” a superfície. Se os moldes tiverem de ser deslocados após o nivelamento, isto poderá ter de ser repetido.

Montagem

A montagem de painéis em NCo CLC normalmente é efectuada da mesma forma como no caso do BC. Deve-se ter especial cuidado para não aplicar qualquer força mecânica e evitar danos. Se necessário, os painéis de NCo CLC podem ser serrados (sem gravilha), definitivamente fixados com pregos (sem o uso de buchas como no betão celular autoclavado - AAC), furados ou perfilados. Para densidades de 1200 kg/m³ e superiores, em que são usadas armaduras, o NCo CLC não necessita de qualquer revestimento/gesso especial na parte exterior. Uma tinta repelente à água (tinta de dispersão) será adequada.

Moldagem vertical

A elevada fluidez do NCo CLC permite que divisórias piso-tecto ou casas completas (piso a piso) sejam moldadas com um único vazamento, incluindo a laje. As caixilharias para vãos de janelas, portas e outras aberturas, ou aberturas para as mesmas são moldadas no local, juntamente com tubos e canos vazios para instalações eléctricas e sanitárias. Sem vazios, sem deformação (por baixo das caixilharias). As paredes/divisórias podem ser estreitas, com uma espessura de apenas 50 mm (!), visto que não é necessária a vibração. Com uma lixa grossa agarrada a um pedaço de tábua, esfregue as paredes imediatamente após a descofragem, com movimentos circulares, para eliminar eventuais fissuras ou protuberâncias causadas por eventuais irregularidades no molde ou por juntas. Talvez um dia após a descofragem, seja aconselhável serrar juntas de dilatação dos dois lados das paredes em posições nevrálgicas para permitir que uma eventual retracção se “acumule” nas juntas e não seja visível nas paredes, tal como também se faz no BC quando é vazado in situ.

Desenhos pormenorizados - segundo ICBO - mediante pedido. Tal como em todos os betões leves (menos com o BC), é possível o aparecimento de fissuras, mas estas não têm qualquer efeito negativo nas armaduras e normalmente desaparecem com a pintura. Deste modo, uma casa completa é moldada a cada dia com cada conjunto de molde vertical. Quando necessário, até a empena pode ser moldada em simultâneo com a modificação apropriada do molde.